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Estratégias de mediação

Por Carol Velasquez e Ieda Mercês

Existem diversos tipos de visitas desenvolvidas para os públicos.

Colocaremos aqui três tipos que abrangem as necessidades trazidas pelos públicos, Educadores e Instiuições:

Intervenção educativa

Intervenções Educativas são práticas educacionais que dão ênfase no poder das mediações entre o sujeito e o objeto de conhecimento, por meio do conceito expandido da experiência em leitura de imagem, reflexão crítica e análises do cotidiano. Elas se amparam em linguagens como: performance, dança, teatro, música e faz uso de objetos mediadores em todas as vezes.Do ponto de vista prático, existe uma preocupação que o Educador investiga por meio da mediação que tange camadas da nossa realidade que as Instituições em geral (educação formal, não-formal, culturais e outros) em muitos casos não alcançam.Dramas reais de nossa realidade como o racismo, a intolerância, a devastação ambiental, a violência, o preconceito (...) são abordados de outra maneira: em face a amplitude, natureza e complexidade desses temas, um convite ao corpo à experiência. Entendemos esse como um mecanismo essencial para o descobrimento do mundo e construção de si mesmo.

 

Visita educativa pela palavra

 

O Educador leva o grupo à uma visita pelo espaço expositivo, lhes apresentando as obras, aspectos da curadoria, detalhes da biografia, processo criativo do artista, seu contexto sócio politico cultural  e sua pesquisa artística.

Ocorrem falas, debates, trocas de pontos de vista e construção do conhecimento entre os envolvidos por meio da palavra. Neste processo a obra, seus detalhes e temas são revisitados e até ressiginificados pela poética dos públicos. O tema, o ponto de vista trazido pela obra e pela exposição passam por processos de decodificação pelo debate; inicialmente impulsionado pelo Educador e mantido pelos públicos, unidos no que chamamos de ato de mediar.

 

Visita Vivência

 

Propostas de visitas que abordam o imaginário, as formas essenciais (cor, formas geométricas, miniaturas, noções de grandeza. Vivências performáticas onde o público experimenta viver o espaço e o contexto das obras pelo viés do corpo.
Narrativas, ambientações sonoras, cantigas tradicionais, brincadeiras de roda, lendas , construção de personagens podem ser exploradas. Intervenções Educativas, Performances Educativas e ações de sensibilização são recursos comumente utilizados.

 

VISITA O F I C I N A

 

Visitas estruturadas com base na palavra e na produção artística, onde o Educador e o público exploram camadas da discussão embalados pelas potencialidades que o fazer proporciona. O fazer, o refletir e contextualizar são as 3 pontas dessa visita.

As experiências artísticas se tornam significativas quando o Educador e público juntos vivenciam esse momento da visita. Acrescentamos o adjetivo “significativas” a essas experiências para ressaltar a importância que elas desempenham na relação que o visitante - seja um adulto,  criança em idade escolar, ou jovens construirá com a arte na sua vida. 

 

VISITA MEDIADA - NÍVEIS DE FRUIÇÃO

Visitas estruturadas em perguntas que são feitas ao público acerca das obras baseadas  nos níveis de fruição

(Walter Feldman, Robert Ott).

Dentre os níveis mais utilizados entre os Educadores, citamos:

 

Descrever

Tipos de pergunta:

"O que você está vendo?"

"Quantas cores existem nessa pintura?"

"Existem tipos de traços diferentes?" 

"Para onde as linhas dessa representação conduzem seu olhar?"

 

Analisar

A análise surge por parte de todos os envolvidos e giram em torno das escolhas técnicas utilizadas pelo artista, do modo de construção física da obra,  o quanto essas escolhas culminam na expressão do conceito de pesquisa do autor.

Tipos de pergunta:

"De que material é feito a obra?"

"Por que será que o artista decide trabalhar com materiais descartados por outras sociedades?"

"Quanto tempo esta obra deve ter levado para ser feita?" 

 

Fundamentar

O Educador fundamenta  algumas questões trazidas pelo público anteriormente e alimenta os debates com informações sólidas trazidas de conversas com o Curador, Pesquisadores e Especialistas durante o período de formação pré-exposição, formação continuada durante o período de exposição  ou ainda conteúdos de grupos de estudos conduzidos durante o exercício de trabalho do Educador.

Importante ressaltar que é grande a contribuição de fundamentações realizadas pelo público, - pois é esse o objetivo maior de uma visita: trazer à tona o conhecimento de todos e colocá-los em circulação com todos os envolvidos.

Essa visita não acontece necessariamente nessa ordem, por vezes as etapas se invertem. Ocasionalmente um visitante desvenda algum detalhe da obra que muda todo o rumo da visita, fazendo o Educador retomar às etapas passadas.

 

Visita palestra

 

Visitas estruturadas na reunião de informações contextuais que abrangem o universo do Artista, da obra, do espaço expositivo, Curadoria e até mesmo da Instituição que abriga a Exposição.

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